Prisma Blog

Eu estou tentando fazer com que tudo fique bem nessas festas de fim de ano. Nunca passei um natal ou ano novo sem minha mãe.
Pessoas vão julgar e colocar comentários bosta sobre esta minha postagem, mas como já cansei de falar nos outros posts, eu NÃO me importo, então, você pessoa insignificante, saia deste post agora mesmo.

Bom como eu estava dizendo, é muito ruim você lembrar dos últimos natais e lembrar sempre daquela pessoa sorrindo, ajudando a abrir os presentes da árvore, rindo com a presença do 'Papai Noel' e da cara de felicidade das crianças em casa.
Dói ter que ver seu sorriso em fotos, suas memórias que sempre estarão presentes, em fotos de uma vida, lembranças que nunca serão apagadas., histórias na memória que serão contadas aos netos que ela nunca vai poder conhecer, minha formatura e meu casamento, que somente seu espirito estará lá.
  Sei que familiares vão ler e talvez diga a seguinte frase clichê: 'Mas não foi só você que sofreu'. Eu sei querido que não fui só eu, mas aqui eu estou falando o que EU sinto ok? Eu sei que muita gente sofreu e não estou dizendo quem sofreu mais ou menos, só estou falando sobre MIM.

 Eu e minha mãe sempre brigamos muito, sobre coisas pequenas e bobas, mas poxa, que filho não briga com a mãe?
Fico triste com pessoas falando que eu não gostava da minha mãe, por conta das brigas que tivemos, isso é RIDÍCULO. Meu maior medo da vida sempre foi perder minha mãe e ficar sozinha, meio que perdida na vida, e eu contei isso pra ela, por isso que quando ela descobriu o estágio avançado da doença, contou pra todos, mas quando eu cheguei no hospital, ela olhou nos meus olhos e disse que não sabia como me contar o que estava acontecendo, (fiquei sabendo por um de meus irmãos), até o fim eu tive a esperança dela se curar, de conseguir passar mais alguns anos comigo, com a família, mesmo o médico dizendo que ela estava em estágio terminal.
     Nunca vou esquecer do último dia que dormi com ela, ela pediu que deitasse com ela na cama do hospital, eu eu fiquei ali, ela bem fraquinha, bem magrinha, ela só foi piorando a partir daí, na casa da minha tia. Eu tive que voltar para o RJ pra trabalhar, (me arrependo muito disso), e estava tudo certo pra voltar lá dia 01\01\2015 mas tive que voltar dia 31\12\2014.
 Passamos (família), ouvindo os fogos, pessoas rindo e comemorando, e eu ali mesmo que não chorasse, estava totalmente destruída por dentro, totalmente sozinha, assim como estou hoje,
vendo ela dormindo, um sono bem profundo, gelada, mas eu sabia que nunca mais ia acordar, quando fecharam o caixão meu desespero aumentou, pois eu sabia que nunca mais iria olhar pro rosto dela, sentir ela, minha ficha demorou a cair, que eu não ouviria mais sua voz, não escutaria ela falando que me amava, assim como ela disse no hospital.
As vezes eu penso que se eu tivesse ficado e não voltado, eu pudesse ter feito alguma coisa pra salva-la, mas eu sei que não tinha o que fazer.

  Minha segunda virada de ano sem minha mãe, pois na última ela estava ali presente, de corpo, mesmo que alma estivesse em outro lugar. Se eu pudesse voltar, talvez tivesse feito tudo diferente, se eu pudesse falar pra antiga Priscila que tudo acabaria tão cedo.
Daqui a 11 dias faz 1 ano, passou tão rápido.
     Que ela esteja bem onde quer que esteja. (ela teve câncer no pulmão e descobriu tarde demais.)